Tipos de Facas

Tipos de Facas

História das Facas

As facas são ferramentas utilizadas desde as mais primitivas eras da humanidade.

Ao longo da história humana, as facas foram produzidas das mais diferentes maneiras em várias sociedades. Foi o Homo Erectus, que surgiu na Terra há 1,5 milhão de anos, quem criou o primeiro objeto cortante, feito de pedra. Ele foi usado para cortar, raspar e bater o alimento, passando pelas facas produzidas a partir de pedaços de meteoritos ricos em ferro. Lâminas de pedra foram equipadas com punhos de madeira, musgo ou couro para a proteção das mãos.

As primeiras facas de metal, foram feitas primeiramente em cobre e depois em bronze. A presença desse instrumento é confirmada desde a Idade do Bronze (que ocorreu a 6,5 mil anos A.C) na Suméria. E ganharam cabos feitos do mesmo material do que os utilizados nas facas de pedra. Mesmo sendo suscetíveis à corrosão, as facas de bronze superaram as facas de pedra, devido ao seu formato fino e mais afiado.

Em seguida surgiram as facas de ferro, desenvolvidas pelos celtas. Mais tarde descobriu-se que o aço permitia uma lâmina ainda mais afiada, além de garantir dureza e resistência.

A importância do mais antigo dos talheres foi registrada pelo filósofo estóico Posidônio, ao narrar um festim na Gália em 97 A.C. Sofisticadas, as facas do Império Romano eram utilizadas para higiene pessoal e rituais de sacrifício. Eram instrumentos essenciais para os romanos refinados à mesa. Nos banquetes da Gália romana, facas de bronze moldadas em uma única peça eram usadas pelos convidados, cujo alimento principal era a carne. Para agradar a população urbana exigente e sofisticada, os cozinheiros romanos aprendiam a desossar peixes e quadrúpedes sem levantar uma única ondulação na pele, e a fazer esculturas em alimentos.

Na Antiguidade, as facas valiam tanto, que muitos de seus proprietários eram enterrados com elas. As usadas pelos escandinavos, por exemplo, eram ricamente decoradas, e apresentavam formas animais e lâminas encrustadas de metais coloridos.

Mesmo com todas as inovações, as facas tiveram uso restrito aos pequenos círculos da nobreza. O homem medieval trouxe um sentido de proporção entre lâminas e punhos, ambos feitos de uma única peça de ferro. A lâmina tornava-se maior apenas em casos específicos, como nas facas usadas para trinchar carnes. Cabos de chifre, ossos e madeira as ornamentavam, e os homens abastados carregavam-na para duplo uso: comer e se defender. Não havia, também, distinção entre facas usadas para caça, para trinchar ou para se usar à mesa. Estas eram pontiagudas, e usadas para espetar os pedaços servidos nas travessas. É na Idade Média também que surgem as primeiras fábricas de cutelaria europeias.

O ápice do uso da faca como talher se deu entre o final da Idade Média e o Renascimento com os requintes da cutelaria na Itália, Alemanha, França e Espanha.

O cabo da faca também sofreu suas mudanças, sendo eles confeccionados com os mais variados materiais. Foram produzidos de madeira, ébano, marfim, porcelana, metal, âmbar, entre outros. Sua decoração também foi algo levado a sério nos palácios reais, onde eram enfeitadas por conchas do mar e pérolas ou flores e animais pintados na empunhadura das facas.

Ainda no início da Renascença, as facas eram artigo raro. O anfitrião não precisava fornecer aos convidados nenhum tipo de utensílio para ser usado à mesa, a não ser os pratos. Isso ajuda a explicar o design dos talheres – apenas facas e colheres –, pequenos para que pudessem ser carregados no bolso, bem como o estilo de refeição, composta geralmente de ensopados ou de pratos com ingredientes já cortados em pequenos pedaços. As mulheres também as portavam: um quadro de 1640 retrata as mulheres de uma família, que se preparava para uma refeição, portando facas prateadas amarradas na cintura por uma corda.

No século XVII, aparecem, na Europa, os faqueiros, compostos de facas, colheres e garfos. Mas até o século XVIII, estojos de talheres individuais eram considerados objeto de distinção, além de valioso presente. As facas modernas não surgiram, porém, de uma evolução natural do gosto e dos rituais da mesa. Foi a vontade do cardeal francês Richelieu, na década de 1630, que começou a definir as tradições – e o novo uso das facas – da corte real. Dizem que o cardeal detestava o uso de facas de gume duplo e pontiagudas para espetar comida e, ao mesmo tempo, limpar os dentes. Assim, convenceu o rei Luís XIII a banir seu uso de modo e, consequentemente a, também, diminuir a violência em todo o reino.

Em 1669, o rei Luís XIV proibiu todos os cuteleiros franceses de fazerem facas pontiagudas. Assim surgiram facas com um só lado da lâmina afiado, e com a extremidade arredondada, sem corte. Esse foi um dos tantos adventos da mudança de modos à mesa operados a partir de então na Europa, e a separação definitiva da faca de mesa daquela utilizada como arma.

Outro fator responsável pela popularização das facas modernas foi o sucesso, no início do século XIX, dos garfos curvos de quatro dentes, que dispensavam a necessidade de espetar a comida com a lâmina da faca.

No Século XVIII, surgiram as facas fabricadas em série. E no começo do século XX foi inventado o aço inoxidável, que permitiu o surgimento de uma gama enorme de utensílios de mesa, que se tornaram fáceis de confeccionar e de conservar, além de mais baratos. Também nesta época foi inventada a faca elétrica. Depois do aço inoxidável, a novidade mais importante em cutelaria são as facas de cerâmica. Lançadas em 1999 na Alemanha, são leves, inoxidáveis, resistentes e jamais perdem o fio, além de não deixarem gosto de metal nos alimentos. É da Alemanha que vêm também as facas de titânio, que mantêm o fio seis vezes mais tempo do que as facas de inox. Superleves, nunca enferrujam ou mancham.